Síndromes E OS DISTÚRBIOS

02-03-2012 16:18

 

 

 
ANOREXIA
A anorexia nervosa é um distúrbio alimentar relacionado à insatisfação exagerada com o peso corporal. Achando-se sempre acima do ideal, a pessoa acometida procura obsessivamente por um suposto emagrecimento. Assim, tende a jejuar, forçar vômitos, fazer exercícios físicos em frequência e intensidade exagerados, e tomar laxantes e diuréticos; mesmo se apresentando extremamente magro.
As causas deste distúrbio estão relacionadas à soma de fatores como pré-disposição genética, alterações nas concentrações de serotonina e noradrenalina, e a própria imposição de um padrão estético magro como sendo sinônimo único de beleza. Acometendo principalmente mulheres (0,5 a 1,0% delas), os índices de homens com este distúrbio vêm aumentando nos últimos tempos.
 
ANSIEDADE
Diante de uma situação de perigo, ocorre no sistema nervoso central uma excessiva excitação, esta sensação ou sentimento é considerado ansiedade.
Os sintomas físicos da ansiedade são taquicardia, tremores, sudorese, tensão muscular, cefaléia (dor de cabeça), palpitação, dor no peito e/ou falta de ar.
A ansiedade pode estar ligada a uma complexidade de sentimentos de medo, apreensão, preocupação, inquietação, angústia, desassossego; provocando mal estar e tensão, pois esta é vista como uma perturbação psíquica. As pessoas que sofrem de ansiedade às vezes apresentam dificuldades para dormir, tem sono agitado ou leve, o que as fazem sentir sem energia e cansadas no decorrer do dia. Pode ocorrer também má digestão, dor de estômago e perturbações intestinais.
A prática de exercícios físicos relaxantes são formas de descontração, que auxiliam na liberação do stress ocasionado por um quadro de ansiedade, porém as causas dessa podem estar ligadas a fatores subjetivos decorrentes de personalidades ansiosas. A psicoterapia é uma das formas de tratamento que pode favorecer o indivíduo a descobrir o que lhe causa ansiedade e a lidar com a mesma.
 
BULIMIA
Nos dias atuais, o culto ao corpo perfeito acaba influenciando pessoas, principalmente mulheres, a usarem de todo e qualquer artifício para se manterem magras. A bulimia é um transtorno alimentar que se caracteriza pela ingestão de uma grande quantidade de alimentos, geralmente ricos em calorias, seguida por métodos compensatórios. Esses métodos compensatórios podem ser: o uso de laxantes ou diuréticos, a prática de exercícios físicos intensos ou a indução do vômito. Pessoas que apresentam esse transtorno alimentar geralmente têm peso normal e seguem dietas severas. Além disso, alguns fazem jejuns rigorosos e ingerem anorexígenos, medicamentos que diminuem o apetite e causam agitação, dependência e inúmeros efeitos indesejáveis.
A bulimia e a anorexia são diferentes. Na bulimia ocorre a compulsão por alimentos seguida por métodos compensatórios. Na anorexia a pessoa deixa de se alimentar, perdendo peso rapidamente, chegando às vezes a um estado de desnutrição severa que pode levar à morte.
Na bulimia, a compulsão por ingerir grande quantidade de alimentos ricos em calorias é frequente, sendo seguida por vômitos induzidos. Geralmente a pessoa bulímica tem baixa autoestima e obsessão com o peso e a forma de seus corpos. Quando autoinduzem o vômito, o fazem às escondidas.
Arritmias cardíacas, inflamação da garganta e glândulas salivares, sangramento do esôfago, problemas gastrintestinais, cáries e desidratação são comuns em pacientes com bulimia. Alguns pacientes podem apresentar também fadiga, desmaios, ressecamento da pele, irregularidade ou perda da menstruação, constipação, oscilações de humor e depressão.
 
CLAUSTROFOFIA
A claustrofobia é um tipo de fobia específica que se caracteriza pelo medo de permanecer em lugares fechados – como trens, aviões, túneis e elevadores; sem que se esteja passando por perigo ou ameaça reais. Nestas situações, o organismo da pessoa desencadeia uma reação de alarme, provocando ansiedade, sudorese, aumento dos batimentos cardíacos, medo intenso e até, em certos casos, crises de pânico. Em determinados pacientes, o próprio fato de pensar na situação já faz com que eles tenham as crises de ansiedade. 
Apesar de ainda não ter sido elucidadas as reais causas das fobias, sabe-se que existe aí um componente genético, visto que mais de 70% das pessoas fóbicas possuem parentes com este mesmo problema. Exposição a situações semelhantes às que provocam medo, repressão sofrida no passado, dentre outros fatores, também podem estar relacionados. As manifestações da doença geralmente têm início na infância, e devem ser tratadas, já que tendem a se agravar com o passar dos anos; e causam situações de desconforto à pessoa, podendo interferir em suas relações sociais.
 
DEPRESSÃO
A depressão é conhecida como um problema de prioridade para a saúde pública por atingir aproximadamente 50 milhões de pessoas do mundo todo. Para conhecer uma pessoa depressiva é necessário observar alguns pontos como tristeza, choro freqüente, apatia, ansiedade, angústia, desespero, grande irritação, falta de sentimento, tédio, culpa, diminuição de desejo sexual, perda ou aumento de apetite, fadiga, desânimo, baixa auto-estima, incapacidade, vergonha.
Há também fatores biológicos, genéticos e neuroquímicos que pesam sobre a pessoa depressiva como ventrículos e sulcos alargados, inversão cronobiológica, hipofrontabilidade.
Normalmente uma pessoa se torna depressiva por perder algo ou alguém, como, a morte de uma pessoa querida, a perda de um emprego, perda do local de moradia, perda de status...
A depressão pode ser dividida em subtipos:
-transtorno depressivo recorrente, classificado pela CID-10 como depressão leve, moderado ou grave de acordo com os sintomas e a intensidade.
 
 
 
DOENCAS PSICOSSOMÁTICA
As doenças psicossomáticas podem exercer ação na saúde do corpo de maneira intensa. 
A hipófise, uma glândula que possui ligação com a região do hipotálamo no cérebro, é a responsável pelo mecanismo que desencadeia a doença, uma vez que ela produz hormônios que controlam todas as funções do organismo. 
As emoções e sentimentos mais fortes são percebidos pelo hipotálamo, estas emoções alteram as funções do hipotálamo e sua conexão com a hipófise. As doenças respiratórias, de pele, circulatórias e gastrointestinais causadas ou agravadas pela tensão nervosa são resultados desta alteração. Sendo assim, pode-se dizer que as doenças psicossomáticas têm componente psíquico, a manifestação de doenças orgânicas é ocasionada por problemas emocionais. 
O corpo possui suas próprias defesas, ou seja, ele manifesta, coloca para fora as emoções que às vezes a pessoa tenta esconder por meio de tremor, dores de barriga, gestos e travamento de dentes.
 
HIPOCONDRIA
Uma pessoa hipocondríaca apresenta medos e preocupações fortes com a idéia de ter uma doença grave. As idéias surgem normalmente por alguma sensação que a pessoa sente no organismo insignificativas. Essa pessoa então passa a procurar intensamente um médico e serviços de saúde para que possa ter certeza de que não tem uma doença grave. 
Uma pessoa hipocondríaca mesmo fazendo exames e os mesmos dando resultados negativos, acha que os mesmos podem estar errados e continuam numa busca incessante para ter certeza de que não existe uma doença grave. 
Normalmente, uma pessoa hipocondríaca se sente incompreendida pelos familiares e principalmente pelo médico pelo fato de sempre achar que tem uma doença grave e que o médico não entende ou não acredita no que está sentindo.
Até os dias atuais não se conhece medicamentos capazes de ajudar uma pessoa hipocondríaca até porque essa pessoa não se acha doente psicologicamente e não permite uma ajuda psiquiatra para que estude mais detalhadamente as características da doença. 
 
HISTERIA
As reações histéricas apresentam manifestações no corpo e na mente. No corpo são alteradas as funções sensoriais e motoras, já na mente são alteradas a memória, as percepções e a consciência. 
Uma pessoa histérica precisa de contato com outras pessoas e é incapaz de manter um relacionamento seja de qualquer espécie. Vive constantemente o drama da infidelidade de relacionamentos. 
Os sintomas da histeria são paralisias histéricas, anestesias e analgesias histéricas, perturbações, perda de fala e rouquidão. Podem também ocorrer pseudocrises ( semelhantes a crises epilépticas), amnésias, ilusões e alucinações. 
A histeria é mais comum em mulheres que tenham ou não antecedentes de neurose histérica. 
 
SÍNDROME DE ESTOCOLMO
Síndrome de Estocolmo é o nome dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo sentimento de amor ou amizade perante o seu agressor. A síndrome de Estocolmo parte de uma necessidade, inicialmente inconsciente.
 
Tal estado psicológico particular passou então a ser chamado de “síndrome de Estocolmo”, em homenagem ao referido episódio. Ao contrário do que se imagina, ele não é tão raro quanto pensamos, e não se resume somente a relações entre raptores e reféns. Escravos e seus senhores, sobreviventes de campos de concentração, aqueles submetidos a cárcere privado, pessoas que participam de relacionamentos amorosos destrutivos, e até mesmo algumas relações de trabalho extremas, geralmente permeadas de assédio moral; podem desencadear o quadro. Em todos esses casos, são características marcantes: a existência de relações de poder e coerção, ameaça de morte ou danos físicos e/ou psicológicos e um tempo prolongado de intimidação.
 
SÍNDROME DE MUNCHAUSEN
A Síndrome de Munchausen é um distúrbio psiquiátrico caracterizado pela simulação consciente de sintomas e ainda pela provocação dos mesmos. Também conhecida como simulação, já que é simulada por seu portador, é a doença simulada mais agressiva, pois na indução de algum sintoma o portador pode correr grande risco de vida. É bastante confundida com a hipocondria, mas nada tem a ver, já que na hipocondria o portador do distúrbio sente que está doente e busca ajuda sendo que na Munchausen o portador provoca e induz o sintoma. 
A síndrome também pode ocorrer em pais de crianças pequenas (Síndrome de Munchausen por procuração) que utilizam as crianças para chamar atenção, ou seja, simula sintomas na criança para que essa seja submetida a uma série de exames sem necessidade. Em exemplo da gravidade do distúrbio, foi descoberto na década de 90 na Inglaterra, 34 pais sufocando, machucando e envenenando as crianças já internadas em um hospital sobre cuidados médicos. Essa prática é considerada abuso infantil, já que a criança é submetida a situações que prejudicam seu organismo e seu emocional. 
 
SÍNDROME MANÍACA
A síndrome maníaca pode ser conhecida pelos seguintes sintomas: aumento da auto-estima, engrandecimento do eu, insônia, fala rápida, agitação psicomotora, irritação, arrogância, desorganização, desinibição social e sexual, sentimento de grandeza e de poder. A síndrome maníaca pode subdividir-se em: 
-mania franca ou grave, é a mais intensa com fuga de idéias, delírios de grandeza. Os idosos ou pessoas com distúrbios cerebrais podem ficar confusos, desorientados e diminuição de consciência. Apresenta dificuldades para o diagnóstico médico. 
-mania irritada ou disfórica, é predominante a irritação da pessoa, o mau humor podendo ocorrer a destruição de objetos e agressividade em pessoas. 
-mania mista, há vários sintomas maníacos ocorrendo ao mesmo tempo ou alternando-se rapidamente. É mais freqüente em adolescentes e idosos. 
-hipomania, a pessoa fica mais disposta que o normal, mais alegre, mais falante, faz planejamentos e muitas vezes passa despercebidas pelo médico. 
-ciclotimia, a pessoa apresenta um episódio completo de depressão ou de mania. Aos olhos das pessoas é normal e muitas vezes não é submetido a um médico. 
O tratamento para as síndromes maníacas é necessário na maioria das vezes uso de medicamentos orientados por um médico especializado e bastante terapia.
 
SONÂBOLISMO
É um distúrbio benigno que ocorre na primeira das seis passagens de um sono profundo para um mais superficial: as funções motoras despertam, mas a consciência continua a dormir. Adicionado por uma pausa na respiração, por um barulho ou pelo próprio ronco, o corpo desperta.
Mesmo não estando acordada de verdade, a pessoa pode começar a andar e a falar. Normalmente a pessoa passa a se mexer durante o sono, senta-se na cama, levanta-se e sai andando, ainda dormindo. Sem o consentimento do cérebro, o indivíduo não faz nada muito complexo, mas é capaz de abrir portas e janelas, por exemplo.
Isto é, o sonâmbulo se movimenta, mas não sabe o que está acontecendo. Provocado por uma arritmia cerebral, geralmente hereditária, o sonambulismo ocorre em aproximadamente 20% das crianças de 3 a 10 anos, em média de uma vez por ano, e depois tende a desaparecer sem deixar vestígios.
 
TRANSTORNO BIPOLAR
A bipolaridade é uma doença emocional caracterizada por transtornos de humor. O bipolar tem momentos de depressão e outros de euforia excessiva (mania) e é por este motivo que as pessoas consideradas bipolares, até tempos atrás, eram chamadas de maníaco-depressivas. 
O problema da bipolaridade é que o humor da pessoa reage de modo incompatível ou exagerado à situação e está sujeito a muitas variações que fogem ao controle, gerando muito sofrimento. Quando o bipolar está na sua fase maníaca, pode extrapolar quanto à noção de riscos e, em momentos de depressão, pode cometer atos extremos ou se retrair, ficar apático, etc., afetando suas atividades normais e rendimento.
Ambas as situações geram conflitos no relacionamento com as outras pessoas, podendo gerar relações desequilibradas, discussões impulsivas, dentre outros. Há também quadros mistos, em que euforia e depressão se misturam numa mesma fase e quadros em que, entre uma fase e outra, a pessoa pode ter um estado de humor normal ou apresentar leves sintomas. Em casos mais graves, estes intervalos não existem e o portador dificilmente levará uma vida dita normal e independente. 
A bipolaridade é, muitas vezes, confundida com a depressão, uma vez que os portadores geralmente enfrentam mais momentos depressivos que de mania e o humor elevado é, muitas vezes, associado a um estado de felicidade normal da pessoa. Pode ser confundido também com o déficit de atenção, pela característica em comum de desatenção e agitação; e também com o transtorno compulsivo obsessivo, uma vez que bipolares são auto-exigentes e extremistas.
 
TRANSTORNO BORDERLINE
O transtorno de personalidade Borderline ocorre mais frequentemente em mulheres (aproximadamente 75% dos casos). Ele é caracterizado pela instabilidade emocional, impulsividade, manifestações inadequadas de raiva, baixa autoestima, comportamento autodestrutivo, tendência ao suicídio, insegurança, hipersensibilidade às críticas, incapacidade em aceitar as regras e a rotina, expectativa de conseguir recompensas desproporcionais, intolerância à frustração e solidão, e medo de abandono – na maioria das vezes, irreal. As pessoas acometidas tendem a ter relacionamentos intensos, mas confusos e desorganizados: uma pessoa que, para o Borderline, é excepcional, em pouco tempo pode ser, sob sua ótica, a pior pessoa do mundo – basta não corresponder à sua idealização ou rejeitá-la sob a sua concepção, nem sempre verdadeira. Além disso, tais pessoas podem explorar e manipular os outros, algumas vezes de forma inconsciente; e, em alguns casos, também podem manifestar sintomas psicóticos.
Apesar de ter algumas características semelhantes ao transtorno afetivo bipolar do tipo dois, no transtorno Borderline, as oscilações de humor ocorrem com maior frequência, às vezes até em questão de minutos ou horas. Além disso, os traços depressivos do Borderline se caracterizam por sentimento de vazio e solidão; e raramente se manifestam juntamente com sentimento de culpa, autoacusação e/ou remorso.